“Tenho mais estima pelo homem de desejos contrariados, desgraçado no amor e desesperançoso, do que pelo sábio gélido, de uma impassibilidade orgulhosa e repugnante. Não consigo conceber um mundo mais antipático do que um mundo de sábios. Todos os sábios deste planeta deveriam ser irremediavelmente destruídos para que a vida continuasse a existir assim como é: cega e irracional.
[…]
Detesto a sabedoria dessa gente que não sente dor diante da verdade, que não sofre com seus nervos, com sua carne e com seu sangue. Deveriam ser declaradas nulas todas as verdades dessa gente ressequida, que pensa sem esperma no cérebro, sem angústia e sem desespero.”
Cioran em Nos cumes do desespero
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